A alfabetização é um momento da escolaridade das crianças que gera na maioria dos pais fortes reações. A mais comum delas é ansiedade e receio de que o filho fique para trás. Mas há famílias que temem que a criança perca parte da infância com exercícios ligados as letras e outras ainda que acreditam na validade do ensino somente após a criança concluir este desafio. O texto de hoje é para refletir sobre estas visões da alfabetização.
Meu filho comete erros ao escrever. O que fazer?
Em primeiro lugar, mantenha a calma. A alfabetização é um processo e, para que tenha sucesso, a criança precisa pensar sobre a escrita, elaborar hipóteses, perceber seus erros e reelaborar as hipóteses que não estavam corretas. Tudo isso leva tempo. Então, recomenda-se que os pais não pressionem os filhos, afinal o medo de errar pode se tornar um obstáculo.
Você pode combinar com a criança que vai fazer uma estrelinha ao lado da linha em que existe alguma escrita equivocada. Seu filho vai perceber que algo ali precisa ser revisto. Evite dar todas as respostas, pois assim ele vai decorar e não vai saber escrever, nem ler sozinho.
E se meu filho não acompanhar a turma?
A dica é: nunca compare a alfabetização do seu filho com a de outro filho ou uma criança conhecida. Alguns pais comentam sobre como seus filhos estão lendo e escrevendo entre adultos e pensam que a criança não percebe. Mas não é isso que acontece. Na maioria dos casos, esta preocupação mina a confiança da criança e agrava seu desenvolvimento. Considere que cada indivíduo é único e seu desenvolvimento também será.
Se houver a certeza de que algo não vai bem, agende prontamente uma reunião com a escola, pois a alfabetização pode coincidir com o surgimento de sintomas que ajudam a diagnosticar alguns transtornos e dificuldades de aprendizagem.
Letra cursiva vs letra bastão. Qual meu filho deve aprender?
A nossa sociedade valoriza a escrita e, portanto, existe uma crença de que a escrita cursiva (aquela em que as letras são conectadas entre si) é melhor de que a escrita com letra bastão (aquela na qual fazemos as letras com pequenos traços e as letras que formam uma palavra ficam uma ao lado da outra.)
Realmente, a escrita cursiva demanda do aluno domínio motor e coordenação para ligar uma letra a outra (que as crianças comumente chamam de “as perninhas das letras”) e reproduzir as formas arredondadas que as letras têm na escrita cursiva. É papel da escola apresentar ambas as formas e outras para que o aluno compreenda que a letra i possui diferentes grafias, mas todas representam o mesmo fonema e, portanto, comunicam o mesmo som.
Gostou das dicas? Esperamos que sim!
No mês que vem falaremos mais sobre este assunto.
A alfabetização é um tema muito interessante, então traremos novas dicas para vocês!
Até lá.